A formação do analista - Marta Zbrun
- Patrícia Mezzomo
- 20 de mar.
- 2 min de leitura
Texto escrito para o cartel de formação do psicanalista da Escola de Psicanálise Estrutural - EPE
Marta traça uma trajetória histórica e teórica da psicanálise, desde sua origem com o mestre vienense até o fracasso do Passe, da escola lacaniana.
Entender o tema da formação do analista, nos implica necessariamente em fazer um mergulho profundo nessa tripla jornada: história da psicanálise, teoria psicanalítica e análise pessoal.
“O psicanalista se forma, e isso é um fato e uma necessidade. Não há psicanalistas natos; se houvesse, não seria preciso formá-los, seria suficiente descobri-los.”
E para que um analista se forme como tal, é necessário que ele possa adquirir certas condições subjetivas que não se resumem a uma aquisição de um saber. É necessário uma transformação do seu ser.
Ao longo do tempo a própria ideia de como se forma um psicanalista vai sendo modificada concomitante ao surgimento de novas construções teóricas, o que nos confirma ainda mais, o elo talvez indissociável, entre o analista e a sua análise
Em em seu texto de 1976, a “Proposição sobre o psicanalista da Escola”, Lacan escreve que o psicanalista passou a ser definido como o resultado de sua análise. No texto de Marta encontramos a proposição: Não há psicanalista sem escola!!
Análise e escola passam então a caminhar de mãos dadas, se vistas sob essa ótica da formação do analista. E a escola seria o espaço para a produção deste analista. O lugar de um saber submetido a um não-saber, em que ninguém pretende deter o saber do que é um analista.
A Escola produz a formação do analista, e a formação psicanalítica supõe levar uma análise até seu fim.
Pode-se então pensar a Escola como um conceito da psicanálise, conceito para ser posto à prova, porque é um experimento que diz respeito a outra experiência, a experiência analítica e seu dispositivo, inventado por Freud, ou seja, a forma Escola compara-se à estrutura da experiência da análise.
E para finalizar Marta conclui: Ora, se a finalidade da formação de um psicanalista não consiste somente na aquisição de um saber, mas também em ter adquirido certas condições subjetivas, uma transformação do ser do sujeito que nunca é somente íntima, então, para mim, ela se tornou pública. Então, lá onde no início da análise tínhamos um gozo autista a análise faz aparecer um analista como efeito de significado, operando sobre os sintomas para produzir um efeito especial de significação. A análise fará aparecer uma letra, um resto.
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